A União das Freguesias de Barco e Coutada foi fundada aquando da última reorganização administrativa, ocorrida a 21/01/2013, formando uma única freguesia e uma única entidade jurídica. Atualmente agrega uma população de cerca de 1200 habitantes, ocupando uma área de 25 Km2.
Desconhece-se a data da fundação das duas freguesias. Até 1872 a Coutada esteve, em termos administrativos, anexa à freguesia do Peso. A partir desta data foi anexa da freguesia do Barco e manteve-se a anexação até 1984, data em que a Coutada se tornou freguesia independente, independência que perdurou durante 29 anos.
Contudo existem especificidades a cada uma das comunidades. No que toca à História, encontramos em ambas as localidades vestígios da presença romana (duas fontes, uma em cada freguesia). No cume da Serra da Argemela, situada defronte à localidade do Barco, encontram-se vestígios de uma estrutura amuralhada denominada Castro, em pedra aparelhada, outrora composta por três muros concêntricos, cuja datação remonta ao Bronze Final, tendo sido provavelmente construída pelo povo lusitano (celta).
No flanco norte desta Serra existiram, durante o século XX, duas explorações mineiras para extracção de volfrâmio e estanho, efectuadas por duas empresas distintas: a Empresa Mineira da Argimela, que operou entre 1939 e 1945, e a Beralt Tin & Wolfram, que adquiriu a licença da anterior e que operou entre 1956 e 1961.
A designação Barco, cuja paróquia tem como orago S. Simão, advém certamente do facto da travessia das duas margens do Rio Zêzere ser feita, desde tempos imemoriais, neste local onde existiu uma barca para o efeito. Era esta barca que permitia à população a deslocação para o cultivo dos terrenos férteis para lá do rio, cheios de aluvião, e ao mesmo tempo permitia a travessia das pessoas de outras freguesias vizinhas, que pretendiam ir para as suas congéneres na margem oposta.
O lugar da Coutada, cujo nome significa “terra de defesa, cercada ou não, que gozava de certos privilégios” (In Dicionário Enciclopédico das Freguesias). Neste contexto, é provável ter havido, neste lugar, algum proprietário que seria o dono desta terra, podendo os habitantes usufruir, também, dos privilégios daquela. Segundo a fonte bibliográfica acima citada, os referidos “privilégios isentavam os moradores de serviço militar, contribuições pecuniárias e multas que pudessem recair sobre os moradores,” ou seja, a Coutada seria um couto, o que implica que a sua fundação ocorreu em tempos muito remotos.
Por volta de 1758 a Coutada teria 150 habitantes, distribuídos pelos 33 fogos existentes à data, enquanto que no Barco habitavam 276 pessoas, num povoado com 69 fogos. Entre os anos 1850 e 1960 a população destas freguesias teve um crescimento assinalável. A partir desta última década verificou-se o fenómeno inverso, resultado da emigração, que levou milhares de pessoas para o estrangeiro.
Na União das Freguesias a agricultura foi e ainda é uma das principais atividades, pois devido às cheias do rio, os consequentes depósitos aluviais tornam os terrenos extremamente férteis, plantando-se nestes milho, feijão, centeio e oliveiras. Considerável parte dos terrenos de cultivo situam-se assim nas margens do rio, delimitados por muros perpendiculares àquele tendo estes como função específica sustentar e fixar os solos ricos em minerais trazidos pelas cheias.
Relativamente à silvicultura predomina o pinheiro bravo e, pontualmente, o eucalipto. Outrora, uma das árvores predominantes era o castanheiro, de onde provinha muito do sustento das famílias locais.